Ele tava que tava numa tarde de abril quando a frincha abriu e, finalmente, arcoirisou o céu grisalto. E, na sobresselva de matas folheadas pelas gotas de sombra, um vento abre uma clareira de frescura. Ele, então, vendo a beleza do simples estar, se aquarelou com a tarde que, já então, ensolava tudo à volta. Um lampejo de epifania subiu-lhe e fez, a contra-corrente, a trajetória das gotas suarentas que lhe deslizavam pela cara transfigurada pelo poético.
Catullus & Poiesis
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
Eu, o Outro
Eu deixei de ser eu-mesmo quando me perdi em mim. Mas um dia me acho. Nem que me tenha de procurar, no Outro. O problema é que, se houver outro eu, ele também vai estar perdido em si, procurando-se. E se assim os dois, buscando-se um no Outro, acabarem por se achar às avessas, só então talvez e inevitavelmente eu me ache.
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